quarta-feira, 25 de abril de 2012


CURA DAS ATITUDES – VINTE ANOS DEPOIS

Gerald Jampolski
Maio de 1995

Em 1975 eu estava me matando de tanto beber álcool mas, ao mesmo tempo, tinha medo de morrer. Era ateu militante, carregava tanta culpa e autocondenação que parecia determinado a me punir e a me destruir. Fui pego pela polícia por dirigir bêbado e tanto a licença do meu carro quanto a minha carteira de motorista estavam correndo perigo. Foi nessa época que Judy Skutch Whitson me trouxe o manuscrito ainda não publicado do “Um Curso Em Milagres”. Quando Judy me contou que esses escritos eram a respeito de transformação espiritual, minha resposta foi a seguinte: “você sabe que não tenho um pingo de interesse nessas coisas”. Por fim, concordei em ler só uma página e, ao fazê-lo, ouvi uma voz interior dizer muito claramente: “Médico, cura-te a ti mesmo, esse é o teu caminho para casa”.

Naquele momento tive uma das experiências mais raras da minha vida. Senti uma sensação de unicidade com tudo no mundo. Foi uma experiência de união total, sem nenhum tipo de separação. De uma maneira que não entendi completamente, senti que minha vida, a partir daquele momento, iria mudar por inteiro. De uma certa forma, seria uma vida devotada a me doar. Comecei a experimentar momentos de paz interior que nunca tinha sentido antes.

Alguns meses depois, durante uma de minhas visitas ao Departamento de Oncologia Pediátrica, um menino de oito anos perguntou ao oncologista: “Como é morrer?” O oncologista mudou de assunto porque creio que ele tinha medo de lidar com a pergunta. Eu comecei a me perguntar onde as crianças poderiam ir para conversar sobre coisas tão sérias como a morte, e descobri que realmente não existia um lugar seguro onde elas pudessem conversar sobre isso. Comecei a olhar para dentro de mim e pedi orientação. Na manhã seguinte, durante a minha meditação, senti que deveria reunir um grupo de crianças que sofressem de doenças terminais. Seria um grupo de apoio, com base em princípios espirituais, e gratuito.

Eu escreví os doze princípios da Cura das Atitudes com base no meu entendimento de “Um Curso Em Milagres”. Fizemos de tudo para estabelecer um ambiente de amor incondicional, onde a saúde fosse definida como “paz interior” e a cura como “desligar-se do medo”. Outro princípio essencial que escolhemos usar foi que poderíamos nos ver como alunos e professores uns dos outros. Seria um Centro conduzido primariamente por voluntários e onde todo mundo, empregados, voluntários e frequentadores objetivassem alcançar o mesmo princípio: “paz interior”. Não estaríamos lá para consertar ninguém, nem para mudar as pessoas, nem para interpretar, julgar ou dar conselhos. Estaríamos lá só para dar, para servir uns aos outros e fazer o possível para sermos veículos de amor incondicional, buscando ser a luz do mundo e vendo somente a luz uns nos outros.

No momento, mais de trezentas pessoas comparecem ao Centro Sausalito semanalmente, para onde nos mudamos no verão de 1994. A maioria das pessoas que vem ao nosso Centro nunca ouviu falar de “Um Curso Em Milagres” e não o estudam.
Quando começamos, Patsy Robinson, Pat Taylor, Gloria Murray e eu éramos os únicos voluntários. Na nossa festa de Natal eu me lembro de ter sido “pau pra toda obra”, indo de faxineiro a Papai Noel. Foi durante uma meditação com Judy Skutch Whitson que o nome “Cura das Atitudes” veio à cabeça dela.

Quando começamos o nosso primeiro Centro em Tiburón, não havia nenhuma intenção de formar outros Centros. Eles parecem ter sido formados com energia própria. Para mim ainda é difícil acreditar que hoje existam mais de cento e cinquenta Centros ou Grupos, pelo mundo afora. O Centro e a família do Centro continuam a ser uma parte essencial da minha vida. Agora existe uma “Cadeia Internacional da Cura das Atitudes”, que permite que todos os Centros se comuniquem entre si.

Conforme vou testemunhando o crescimento da Cura das Atitudes, vejo que estamos assumindo um papel preeminente nas escolas (e em todo o setor educacional), nos negócios e nos hospitais. Na Croácia e na Bósnia temos desempenhado um papel significante para as pessoas que se enxergam como vítimas do mundo.  Cerca de cinco a sete Centros têm sido formados por ano. Enquanto mais e mais pessoas continuarem a “acordar” para o fato de que a única coisa que precisamos curar são os pensamentos dentro de nossa própria mente, e que o Amor é sempre a resposta para qualquer questão ou problema, parece que o que estamos vendo acontecer vai continuar crescendo. Para mim, é impressionante ver os amplos efeitos, mundo afora, que a Cura das Atitudes tem tido sobre tantas pessoas. Minha imaginação nunca teria sonhado com o que tem acontecido. Tantos mestres e amigos maravilhosos em minha vida tem-me trazido uma alegria que vai além das palavras.

Sou muito agradecido pelo fato de tantos outros estarem se juntando a mim, experimentando a verdade de que é dar é receber. Que maravilhosa pode ser a jornada, quando nos juntamos uns aos outros no caminho para o Amor. Sinto-me abençoado por ter sido capaz de celebrar o vigésimo aniversário da Cura das Atitudes com tantos de vocês ao meu lado.

terça-feira, 24 de abril de 2012


Os Doze Princípios da Cura das Atitudes


 
1.    Dar e receber são a mesma coisa.

2.    Somos alunos e professores uns dos outros.

3.    O agora é o único tempo que existe e cada instante é para nos doarmos.

4.    Podemos nos desprender do passado e do futuro.

5.    Saúde é paz interior. Curar é abandonar o medo.

6.    Sendo o amor eterno, não existe razão para temer a dor e a morte.

7.    Podemos aprender a amar a nós mesmos e aos outros perdoando em vez de julgando.

8.    Podemos nos concentrar na totalidade da vida e não nos seus fragmentos.

9.    Podemos nos direcionar para a paz interior independente do que está acontecendo no exterior.

10.     Podemos nos transformar em pessoas que veem o amor e o que une, em lugar de pessoas que veem o erro e o que desune.

11.     Podemos sempre ver a nós mesmos e aos outros como seres que oferecem amor ou suplicam ajuda.

12.     A essência do nosso ser é AMOR.