O AGORA É O ÚNICO TEMPO QUE EXISTE
E CADA INSTANTE É PARA NOS DOARMOS
À medida que envelhecemos, tendemos a aceitar os valores adultos
que enfatizam a projeção do aprendizado passado, no presente e no futuro. A
maioria de nós não tem dúvidas sobre a validade dos conceitos de
passado-presente-futuro. Tendemos a acreditar que o passado deverá continuar a
se repetir no presente e no futuro, sem possibilidades de mudança. Por causa
disso, vemo-nos vivendo em um mundo de medo em que acreditamos que, mais cedo
ou mais tarde, haverá sofrimento, frustração, conflito, depressão e doença.
Ao manter vivas as nossas experiências de culpa e de
ressentimento trazidas do passado – a elas nos apegando e nelas investindo –
somos induzidos a prever um futuro semelhante ao que já vivemos. Assim, o
futuro tenderá a repetir o passado, por com ele se identificar. Sentimo-nos
vulneráveis quando acreditamos que o nosso passado de medo é real,
esquecendo-nos de que a nossa única realidade imutável é o Amor, e que o Amor é
real, aqui e agora. Ao acreditar que o sofrimento do passado venha a se
repetir, é inevitável que terminemos por ver justamente o que esperamos ver, já
que o que esperamos ver de algum modo provocamos e sempre atraímos. Assim,
culpas e medos do passado se reciclam continuamente.
Uma forma de nos livrarmos desse nosso “lixo arqueológico”
consiste em reconhecer que o apego a ele não nos dá o que queremos. Ao perceber
que não vale a pena reciclá-lo, o abandonamos, eliminando, assim, os bloqueios
que nos impediam de ser livres para perdoar e amar plenamente, agora.
Somente ao assumir essa postura nos permitimos viver em plena
paz e liberdade.
A percepção de que o agora é o único tempo que existe tem o
condão de transformá-lo na eternidade, no eterno agora. O futuro torna-se,
então, mera extensão de um presente de paz e plenitude que não precisa ter fim.
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